Ficha Técnica

Batman A maldição do cavaleiro branco 9 capa
Capa de: Sean Murphy

Batman: A Maldição do Cavaleiro Branco 9
Autores: Sean Murphy (roteiro e arte), Matt Hollingsworth (cores)
Preço:R$ 9,90
Editora: Panini / DC (Black Label)
Publicação: Setembro / 2020
Número de páginas: 32
Tradução: Mateus Ornellas
Formato: Americano (17 cm. x 26 cm.) Colorido / Lombada com grampos Canoa / Capa cartão
Gênero: Super-heróis
Sinopse: Após revelar a sua identidade, Bruce sai em perseguição a Azrael pelas ruas de Gotham em uma derradeira batalha pela cidade. Conheça o destino dos cavaleiros e o futuro da cidade.

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Batman: A Maldição do Cavaleiro Branco 9 é uma verdadeira apoteose. É ao mesmo tempo um final emocionante e a promessa de um novo universo para o Morcego e toda a sua mitologia. Um fechamento digno para toda a trajetória percorrida por personagens e leitores que, enfrentaram uma montanha-russa de emoções e reviravoltas. 

Reviravoltas essas que só foram possíveis graças a Murphy estar escrevendo em uma folha em branco, pois como dissemos em review anterior, muitas dessas mudanças não iriam funcionar na continuidade clássica da DC. Contudo em sua minissérie Sean Murphy consegue trabalhar com elementos conhecidos dos fãs com um duplo movimento:

  • Torna esse ambiente familiar cativando e fazendo com que nos importamos com os personagens;
  • Reformula antiga tramas e cisões de modo a tornar tudo mais vigoroso e fresco prendendo a nossa atenção.

Todo este processo fica nítido na forma como o roteirista condensa e reescreve a saga de Jean-Paul Valley nesta segunda minissérie. E diversas partes do segundo momento do arco da década de noventa estão nesse último capítulo, entretanto não é necessário um conhecimento prévio para entendê-los. O que por sua vez só reforça o sentimento de dever de casa feito pelo autor tornando essas informações em easter eggs para os fãs de longa data. 

As casas de Gotham

Arte de: Sean Murphy

Assim como em A queda do Morcego aqui tudo também termina com uma grande batalha. Contudo neste último capítulo Bruce e Jean-Paul não são duas pessoas tão diferentes assim. Ambos escravos do dever, percorrendo uma trilha de batalhas, ligados não pelo sangue, mas pelo destino, como o próprio Azrael diz a um reticente Batman. 

Para aqueles que esperavam que Murphy recuasse de sua decisão sobre o legado dos Waynes, felizmente a decisão foi mantida. O verdadeiro herdeiro da casa Wayne é Jean-Paul e neste último capítulo conhecemos a história de sua antepassada resgatada e escondida por Jason Blood. 

E é o demônio rimador ou pelo sua contraparte humana também o responsável por conciliar a sina destas duas famílias. Algo que Bruce entende ao final da batalha de ambos, pois o dever de ser o protetor de Gotham é algo que ultrapassa as antigas casas e um fardo que somente o Batman poderia carregar.

Como vocês podem notar toda esta edição é focada nessa contenda que se arrasta pelas ruas de Gotham. E mais uma vez as cores de Matt Hollingsworth brilham e transformam toda a tensão e raiva dos personagens em algo palpável. É como se toda a atmosfera se incendiasse em torno de ambos e o que não falta são explosões na HQ.

Igualmente impressionante é a arte de Murphy que transborda nas cenas de ação. É tudo muito rápido e intenso, mas também milimetricamente calculado de forma a causar o maior impacto possível. Os olhos não desgrudam das páginas e são conduzidos com maestria.

Um novo começo para Gotham

Mas voltando para Batman: A Maldição do Cavaleiro Branco 9, o que Murphy faz ao final de todo esse embate é preparar o terreno para um recomeço para Gotham e para a própria mitologia do Cavaleiro das Trevas. Afinal dúvidas e ganchos não faltam ao final da leitura. 

Perguntas como o que virá a seguir para Gotham, como ficará Bruce e a batfamília são apenas as mais óbvias. Outras mais urgentes devem ficar fervilhando na mente de quem terminou a minissérie. Tais como a história de amor emergente entre Bruce e Harley e os planos discutidos entre o Cruzado Encapuzado e um inesperado personagem no final da HQ. 

Arte de: Sean Murphy

Todas essas dúvidas juntamente com todo o trabalho do roteirista norte-americano nessas duas minisséries fazem com que o futuro do Murphyverse seja uma bem-vinda realidade alternativa. Assim como aumenta as expectativas pelo o que virá a seguir na já anunciada terceira minissérie Batman: Beyond the White Knight e nos spin-offs que irão expandir a história desta nova Gotham. 

Lembrando que o primeiro desses spin-offs, Batman: White Knight Presents: Harley Quinn #1, já está sendo publicado lá fora e fica a torcida para que a Panini não demore para trazê-lo para cá. 

Conclusão

Terminado a leitura de Batman: A Maldição do Cavaleiro Branco 9 você terá passado por um carrossel de emoções, recheado de ação em doses cavalares e visto um potente enredo que encerra com chave de ouro a minissérie. Não à toa é possível dizer que estamos diante de um novo clássico do Morcegão. 

Motivos para isso não faltam durante as duas minisséries e a comparação com Batman – O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller se torna justa mediante toda a carga de desconstrução do personagem para entregar algo inédito e explosivo. Mostrando assim que o selo Black Label pode e deve se mostrar como uma força dentro da DC Comics graças ao grau de liberdade dado aos autores. 

Nota: 5 de 5

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Autor: Thiago de Oliveira

Há mais de duas décadas lendo e colecionando quadrinhos. Tem mais da metade do que gostaria e menos do dobro do que queria ter. Não dispensa um pão de queijo, um café e uma cerveja.

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