Batman Metal especial 2
Capa de: Ethan Van Sciver & Jason Wright

Batman: Metal especial 2
Autores:
Joshua Williamson (roteiro), Howard Porter (arte), Hi-Fi Design (cores) / Robert Venditti (roteiro), Liam McCormack-Sharp (arte), Adam Brown (cores) / Robert Venditti (roteiro), Liam McCormack-Sharp (arte), Ethan Van Sciver (arte), Jason Wright (cores)
Preço: R$ 17,90
Editora: Panini / DC Comics
Publicação: Setembro/2018
Número de páginas: 100
Formato: 17 x 26 cm colorido / lombada quadrada
Gênero: Super-heróis
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Sinopse: Chegou a hora da Liga enfrentar os Cavaleiros das Trevas! Movendo suas peças, o Batman que Ri, captura nossos campeões e eles irão enfrentar suas contrapartes sombrias. E nesse ringue, o prêmio é a alma do Multiverso! Além disso, descubra o paradeiro do Ciborgue e sua função nessa tenebrosa saga do Batman.

Entrada

O verdadeiro inimigo das grandes sagas e de seus leitores são os fillers. Aqueles episódios que sabemos que não vão dar em nada, mas que religiosamente não pulamos. E não o fazemos com a esperança de que vai haver um ou outro detalhe importante para a saga. E Batman: Metal Especial 2 é um caso peculiar. É um filler? É. Tem informações importantes? Tem também. E o leitor? Bem, ele se resigna e lê.

Este segundo e último volume dos especiais, reúne, com o subtítulo Morcegos Infernais, as seguintes HQs: The Flash (2017) nº33, Justice League (2018) nº 32, Hal Jordan and the Green Corps (2018) nº 32 e Justice League nº 33. E se no primeiro volume tínhamos o Robin como fio condutor da história, aqui quem passa a ocupar este espaço é o Ciborgue. É ele o narrador e o objeto esmiuçado e enaltecido.

Antes de prosseguirmos, preciso dizer que assim como Noites de Trevas: Metal 3, esse especial também sofre com a cacofonia produzida por seus elementos. Tendo que trabalhar com muitos personagens, Batman: Metal especial 2 se perde em meio à torrente de informações de suas 100 páginas. Outro problema encontrado nesse especial são alguns erros bobos de continuação que de tão bobos assustam. Informações já definidas em outros volumes, reaparecem aqui com uma nova roupagem e colocam o leitor em dúvida.

Mas talvez o maior problema deste segundo volume é que a história não se vende. Ela é besta, arrastada, previsível e em alguns pontos até mesmo preguiçosa. E isso também vale para a arte desse segundo volume, que em alguns momentos é bem vergonhosa.

Ciborgue – o herói dessa sessão da tarde

E nessa terra desolada, que é este especial, é possível encontrar algo de bom? A resposta é um tanto quanto complicada. Entretanto, ter o Ciborgue como peça condutora da trama se mostrou algo acertado e que conseguiu criar um provocativo contraponto a toda escuridão advinda dos cavaleiros das trevas. Pois, se eles são a materialização da desesperança de Bruce e sua queda na escuridão, o Ciborgue é aquele que frente a dor da perda, representa aqueles que decidiram seguir em frente ressignificando a sua dor. Tornando-se assim o jogador que chama a responsabilidade para si quando seu time está disperso pelo campo.

 

Batman Metal especial 2
Tyler Kirkham, Mikel Janín

Este papel é reforçado pela própria narrativa construída pelo Ciborgue ao comparar a Liga da Justiça a um time de futebol americano. Afinal de contas, quando o seu treinador e o seu capitão estão fora de ação e a velocidade, a ira, o espírito guerreiro e o instinto de seu time falham, cabe ao armador tomar as rédeas da situação. E o Ciborgue faz isso com direito a um upgrade em seu software.

E é disso que se trata a trama de Batman: Metal especial 2. Separados a Liga não pode salvar o mundo, mas juntos eles formam uma unidade imbatível. Uma equipe poderosa não pelos prodigiosos poderes dos indivíduos que a formam, mas pelos laços ali forjados em torno de um ideal comum. Ecoando assim, algo já visto em Noites de Trevas: Metal 1 e na campanha publicitária do filme da Liga da Justiça.

Os easter eggs de Batman: Metal Especial 2

Outro ponto interessante neste segundo volume, são as referências e easter-eggs espalhados por suas páginas. E para os menos atentos eu posto elas aqui. Em The Flash (2017) nº 33 ao cair na armadilha, o Flash é assombrado pelas seguintes visões:

  • Um envelhecido Barry segurando o cadáver de Iris West;
  • A união de Eobard Thawne com a Galeria dos Vilões;
  • Seu assassinato nas mãos do Deus da Velocidade;
  • Sua união com o Anti-Monitor destruindo mundos;
  • Ele, desesperado, ao contemplar os corpos dos dois Wally Wests.

Além disso, o Batman que Ri menciona os acontecimentos ocorridos no arco Torre de Babel, onde Ra’s Al Ghul rouba os arquivos secretos elaborados pelo Batman para derrotar cada um dos seus companheiros da Liga.

Já em Hal Jordan and the Green Corps nº 32, o Lanterna Verde é confrontado por versões sombrias de Sinestro, Parallax, Atrócitus – líder dos Lanternas Vermelhos, Larfleeze – o Lanterna Laranja, dos Guardiões e de Karshon.

Mas mesmo com esses detalhes e acertando no contraponto, realizado com a figura do Ciborgue, este último especial não se sustenta. Ele não entretém como o primeiro especial e, apesar de inserir um novo elemento através da Caixa Materna, não consegue prender o leitor, tornando Batman: Metal especial 2 um filler dos mais chatos.

Notas: 2 de 5.

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Autor: Thiago de Oliveira

Há mais de duas décadas lendo e colecionando quadrinhos. Tem mais da metade do que gostaria e menos do dobro do que queria ter. Não dispensa um pão de queijo, um café e uma cerveja.

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